sexta-feira, 28 de março de 2014

A dura vida dos revisores na França dos séculos XVI e XVII

Ateliê de impressão no séc. XVI (arte de Giovanni Stradano, 1570).


[...] Para se ter uma ideia da importância associada antigamente às funções do revisor e da responsabilidade que pesava sobre ele, citaremos um édito de Francisco I, de 31 de agosto de 1539, cujo artigo 17 traz:

Se os mestres impressores dos livros em latim não são sábios e suficientes para corrigir os livros que imprimirão, serão obrigados a ter revisores suficientes, sob pena de multa arbitrária; e serão responsáveis os ditos revisores, bem e cuidadosamente, por corrigir os livros, devolver seus livros nas horas de antigo costume e em tudo fazer seu dever; de outro modo, serão responsáveis pelas perdas e danos incorridos por seu erro e culpa.


Outro édito de Luís XIV, datado do mês de agosto de 1686, renova essa prescrição nos seguintes termos:


Os revisores são obrigados, bem e cuidadosamente, a corrigir os livros; e, em caso de por erro seu haver obrigação de reimprimir as folhas que lhe foram sido dadas para corrigir, elas serão reimpressas às custas dos revisores.


(FOURNIER, Henri. Traité de la typographie. Tours: Alfred Mame et fils, Editeurs, 1870. p. 263.)


Agradeço a Débora Castro a gentileza de ter traduzido trechos da obra original em francês.

quinta-feira, 27 de março de 2014

No consultório de psicanálise sintática

— Tava indo tão bem... daí, no meio do bate-papo, teclei isso [mostra o bate-papo no smartphone: Concerteza, vamos nus encontrar! Derrepente rola apartir das 7h. Aonde a agente se vê?]. Daí ela silenciou, depois ficou off-line e me bloqueou...

— Entendi. Você tem dificuldade em separar as coisas. Começaremos o tratamento com análise... morfológica. Só após isso é que focalizaremos na recuperação de sua autoestima.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Certa noite no Bar Brasília

— Tava tudo chegando aonde eu queria chegar. Ela já tinha entrado no clima. Faltava pouco pra conquistá-la de vez.
—... Sério?
— Seriíssimo.
— ... e aí...?
— Daí cheguei mais perto, bem devagarinho, com todo cuidado, e lhe propus discretamente minha oferta ao pé do ouvido: "R$ 25,00 a lauda".
— E aí? Ela topou??
— Que nada. Saiu correndo...
— Tsc, ah, que cliente fresca...

‪#‎contosdefreelancer‬