segunda-feira, 20 de maio de 2013

Se Keynes fosse linguista




“Os revisores práticos, que se acreditam livres de qualquer influência intelectual, são geralmente escravos de algum gramático morto.”

(Keynes, John Maynard. A Teoria Geral da Gramática, do Erro e da Correção. Londres: Macmillan Press, 1936)

sábado, 11 de maio de 2013

Da reprovação à revolução: uma lição histórica


Num documento de 1817, ignorado pela maioria dos historiadores, Frei Caneca redigiu uma petição a D. João VI defendendo-se da acusação de participar da Revolução Pernambucana (da qual ele realmente NÃO tomou parte, embora isso seja disseminado em livros e sites).

Confira o que ele revela no trecho sublinhado da petição:

(MOREL, Marco. Frei Caneca: entre marília e a pátria, 2000, p. 48)

Moral da História (sim, da Historiografia mesmo): evite reprovar seu aluno por causa de gramática. Amanhã, ele pode furar o pneu do seu carro... ou te acusar de conspiração.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Deputados devem decidir nesta semana se darão ou não direito de acento ao cu; alguns deles desejam estender o direito ao nu


"Estilisticamente, um acento no cu deixa a palavra mais elegante, expressiva e incisiva" disse o deputado Analstácio Fiofóvsky (PSCU). "Imagine mandar alguém tomar no 'cu', assim, sem acento... perde-se toda a violência ortográfica, priva-se o interlocutor de sentir toda a carga semântica do xingamento", complementou. "Já o acento no nu destaca seu exibicionismo e reforça o tom de sua devassidão", observou Anúsio Nunes, deputado do PSDBunda.

A polêmica questão ortográfica, que vem atravessando séculos, deverá ser finalmente votada nesta cuarta-feira. Segundo dados do IBGE, mais de 90% da população (e isso inclui parcela significativa de usuários da norma CUlta) coloca acento no cu; um número bem menor (40%) gosta de acentuar o nu. Entretanto, os que assim procedem incorrem em crime de lesa-ortografia, punível com multa e pena de 1 a 2 anos de leitura forçada.
(Agência Estado)

sábado, 4 de maio de 2013

Um rato de sebo em êxtase


Uma litografia de Daumier intitulada Un bouquiniste dans l'ivresse ("Um rato de sebo em êxtase"), de 1844, ilustra perfeitamente a fascinação bibliofílica pela raridade. Ela representa um homem folheando um pequeno volume e dizendo, com ar exaltado, a outro aficionado: "Nada se compara à minha alegria... acabo de encontrar, por cinquenta escudos, um Horácio impresso em Amsterdã em 1780... essa edição é excessivamente preciosa: cada página é repleta de erros!".
(BONNET, Jacques. Fantasmas na biblioteca: a arte de viver entre livros. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013, p. 31)