domingo, 15 de maio de 2005

Disparidades

Certamente pensou que o assunto já havia sido dado por encerrado; já havia até afrouxado um pouco mais a segurança. Enganou-se redondamente, com uma torta redonda na cara. Torta não, o jornal fala numa "mistura de frutas", mas a rádio comunitária confirma a versão da torta de morango do Super Maia; quem sabe Vossa Magnificência não deve tê-la saboreado um pouquinho e repassado isso a alguns de seus assessores?

Até agora, nenhuma organização to(r)ta(lita)rista terrorista assumiu a autoria do atentado. O DCE, que já não vem contando mesmo com o apoio da maioria estudantil, afirmou que não podia ter mesmo "controle de tudo". O Correio falou dum suposto "Confeiteir@s sem Fronteiras", e que o autor da lambança era um "estudante que vestia paletó e camisa social". E como comprovaram que era estudante? E só estudante que protesta? É só estudante que costuma dar tortada na cara dos outros? Qualquer torta jogada na cara do reitor teria então obrigatoriamente relação com a paridade? Se pelo menos fosse uma torta bem divida em três partes iguais...

Bom, de qualquer jeito, o assunto conseguiu assim mais uma meia página nos jornais. E chegando ao campus naquele fim de tarde, conferi termos paritários saindo da boca até de quem ignorava o porquê daqueles adesivozinhos redondinhos distribuídos semanas antes.

Curioso foi a ocasião em que rolou o atentado: lançamento do livro "Os excluídos da Arca de Noé". Não poderia ser mais simbólico.