quinta-feira, 5 de julho de 2007

Carta a colunista do Correio Braziliense

Curioso, seu Ari Cunha.

Desde que o Sr. Joaquim Roriz se tornou foco da atenção da mídia algumas semanas para cá, o Senhor não escreveu, em sua coluna no Correio Braziliense, em NENHUM DIA, UMA ÚNICA LINHA SEQUER a respeito do escândalo envolvendo o maior coronel que o Cerrado já conheceu. Se escreveu, deve ter sido uma curta e imperceptível nota, porque eu, na condição de assinante do jornal, sinceramente não vi. Mas dada a inevitabilidade (e obrigatoriedade!) desse assunto na pauta do dia durante todos esses últimos dias/semanas, o senhor ficou bastante a dever para os seus leitores diários... não se dá conta disso, velho Ari?

Por que será que TODOS OS OUTROS políticos são alvo de sua erudita ironia em sua coluna semi-diária, EXCETUANDO o "cacique" Roriz? Com sua perspicácia em escrever quando o assunto é política na esfera federal ou distrital, você pode até agradar os demais (e)leitores; mas para mim, leitor do jornal de muitos anos, ficou sempre clara a sua tendenciosidade, senhor jornalista histórico do Correio. E lá se vão anos, desde aquela inusitada aparição em uma propaganda política do então candidato Roriz... como uma intervenção "necessária", diante da "campanha de difamação" que Ricardo Noblat, então Diretor de Redação do maior jornal brasiliense, estava promovendo contra o seu aliado político. Tal aparição no horário de propaganda eleitroal nem era preciso, já que pouco antes das eleições para governador, conseguiu, com o apoio dos demais Associados, afastar definitivamente Noblat da Direção. Uma dupla comemoração, já que além disso naquela mesma ocasião Roriz venceria as eleições por uma pequenina diferença de votos sobre o adversário.

Bem, não deve ter sido apenas o leitor diário aqui que percebeu isso. Estranharia em saber que outros leitores já não tenham pensado a mesmíssima coisa. Mas devo reconhecer: manter-se silencioso sobre o caso envolvendo Roriz durante todo esse tempo, a despeito do senso crítico de todos que acompanham a sua coluna, é uma façanha e tanto. Tanto quanto adquirir uma bezerra por mais de R$ 270 mil reais.

Aquele abraço, sempre atento,



Davi Miranda
[um leitor não tão perspicaz, mas assíduo, do Correio]