quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

"Robô": rebeldia desde a origem do conceito


Cena da peça "R.U.R.", de Karel Čapek (1921)

“[...] ‘Robô’ é um dos poucos casos em que os Aurélios são capazes de registrar o dia e hora certa do nascimento de uma palavra que depois se tornaria corrente em todas as línguas. Ela foi dita pela primeira vez no dia 26 de janeiro de 1921, quando a peça 'R.U.R', do checo Karel Čapek, estreou no Teatro Nacional de Praga. No começo, ninguém sabia o que era um robô. Mas bastou olhar para os atores no palco e para o espectador na poltrona ao lado para que todo mundo descobrisse o que a palavra significava. ‘R.U.R.’ queria dizer ‘Robôs Universais de Rossum’ e contava a história de uma civilização tão avançada que prescindia completamente do esforço humano, físico ou mental. [...]. O trabalho sujo era feito por um exército de autômatos — enfim, uma espécie de proletariado mecânico. A diferença é que, na peça, os robôs se revoltavam e, para impedir futuros equívocos, exterminavam a raça humana. A hipótese parecia ligeiramente provável, mas naquele tempo ninguém tomava a ficção ao pé da letra.”

[“As obras-primas que poucos leram”, Heloísa Seixas, p. 173]