sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Nunca tantos leram tão pouco (1949)

Nunca houve tanto automóvel circulando, tanto rádio novelizando, tanta eletrola domesticando música, e nunca se vendeu tanta geladeira elétrica, tanta vassoura elétrica, tanta lavadeira elétrica, e tantas outras maravilhas, elétricas ou não, que representam o sonho de todo o mundo e que constam de todo o orçamento pré ou post-nupcial. [...] Enquanto livrarias se fecham e editores mudam de profissão, os cinemas, os auditórios de rádio (a Cr$ 15,00 por cabeça) e os estádios esportivos vivem repletos e prosperam.

(ROSENBLATT, Maurício. Nunca tantos leram tão pouco. Jornal de Letras. Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, 1949)