A declaração do promotor de Justiça Militar do MPDFT, Mauro Faria, feita esta semana no telejornal DF Record, foi de uma sagacidade fenomenal.
A respeito desta badalada cena, onde o comandante da PM parte pra cima do manifestante e cai, a partir dos 0:45,
O promotor militar declarou o seguinte (desse jeito, literalmente) aos repórteres:
As filmagens mostram um desequilíbrio do Comandante, tanto que ele caiu.
Sei que é falar do óbvio, mas não resisto em comentar: por um lado, a declaração pode ser simples e ingenuamente lida/ouvida entendendo-se o termo desequilíbrio apenas em seu sentido físico, o que torna a oração subordinada "tanto que ele caiu" - e todo o resto da declaração - uma constatação mais do que óbvia, inútil e desnecessária pra quem confere o vídeo; por outro, identifica-se aqui um sarcasmo dificilmente demonstrado em público por parte desses promotores: tachou o comandante da PM de desequilibrado físico E psicológico, simultaneamente.
Eu imaginava que esses promotores fossem sóbrios e sérios até a alma, mas a oportunidade encontrada para proporcionar um duplo sentido para a palavra em questão - e fazer graça - foi muito bem aproveitada.
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