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O primeiro registro lexicográfico de “pé-de-moleque” com hifens (Diccionario brazileiro da lingua portugueza, Antonio Joaquim de Macedo Soares, 1889). |
De 8 a 14 de outubro de 1990, em Lisboa, os representantes dos sete países que haviam assinado o acordo de 1986 no Brasil ratificaram suas posições [...]. No caso do hífen, os países adotariam as complicadas regras que já eram motivo de piadas no Brasil, como a mudança de
“contra-senso
” para
“contrassenso
” e
“auto-retrato
” para
“autorretrato
”, em que um traço é substituído por uma letra adicional. Nas
“exceções consagradas pelo uso
”, a
“água-de-colônia
” continuaria com seus dois hifens, mas o
“pé-de-moleque
” ficaria sem os seus, gerando dúvidas sobre o critério utilizado pelos acadêmicos para definir a expressão
“consagrada pelo uso
”. Vendidas no Brasil desde o século XIX, as águas de Colônia nunca haviam portado hifens, nem nos rótulos, nem nas menções da imprensa, enquanto
“pé-de-moleque
”, duplamente hifenizado, já era registrado desde 1878 em jornais, e 112 anos de uso pareciam ser um período mais que suficiente para uma consagração.
(GEHRINGER, Max. Quem mexeu no meu trema?. São Paulo: E-Galáxia, 2014. p. 105-106)